sábado, 29 de novembro de 2008

Avatar na vida real


Somos Avatares do mundo real!


Oportunidades, embasamentos e críticas. Essas palavras estiveram presentes na minha cabeça já há vários dias. Fazendo a ligação de algumas coisas que passo no dia-a-dia do trabalho, nas aulas da pós-graduação e também no curso de crítica da moda, me fizeram enxergar que a vida é muito além de coisas pequenas que damos tanto valor.

Fazendo correlação com a moda, internet e sociologia acho que consegui chegar ao inicio de uma discussão, porém não ao resultado de nenhuma pesquisa, mas sim hipóteses a serem pensadas por nós, mulheres, homens, seres humanos que apreciam o sabor da vida.

Durante a apresentação de um seminário na minha sala, uma das alunas abordou o tema avatar, um personagem muito usado dentro do universo das redes. Comecei a pensar e buscar na memória quantas vezes já o havia visto nas diversas páginas da internet. Eis que surge a indagação, por que usamos os avatares no mundo virtual, se na verdade, todos de nós temos um pouco dele dentro de nossas mentes?

É incrível como isso é perceptível, quando compramos aquela roupa da “modinha”, ou quando queremos usar aquela roupa maravilhosa que uma atriz apareceu portando-a numa entrega de um Oscar. Não precisamos ir tão longe, nas próprias novelas produzidas pela Globo, Record, todas as vestimentas que foram produzidas para as atrizes, no dia seguinte estão a venda no Bom Retiro e vendendo igual água.

Por que isso acontece? Por que gostamos de incorporar seres que não somos? Não nos aceitamos, temos vergonha de nossos corpos, ou será nossa mente que deve ser lipo-aspirada para receber novas informações realmente relevantes? Enfim, são tantas perguntas que algumas delas, a sociologia, a história e a ciência nos explicaria, mas creio que, cada um de nós temos que começar a peneirar a relevância das coisas, só assim conseguiremos nos melhorar como pessoas.

Não condeno a moda, porque adoro este universo, e não é a toa que estou dentro dele, mas devemos parar de sermos Avatares, marionetes do mercado para começarmos a ser seres humanos.

A auto-crítica nos faz pensar em nossos atos passados, o que somos hoje e também onde queremos chegar, você já se olhou no espelho hoje e lhe permitiu tal ato? Acredito que não, porque nunca temos tempo para nada e com isso, cada vez mais, vamos nos incluindo no universo do mais UM. No mundo de narcisistas, esquizofrênicos e paranóicos, que não sabem para onde ir e o porquê das atitudes que tomamos.

Trouxe uma pesquisa do perfil dos Avatares incorporados pelos usuários da rede, mas infelizmente esses adjetivos nos servem como uma luva.

Conforme descrito no livro 'Psicologia dos Avatares'- Psychology of the cyberspace, de John Suler, professor de Psicologia da Rider University em New Jersey, os avatares podem estar associados aos seguintes tipos:

narcisista -status, poder, admiração e elogios;
introvertido -indiferença, associada a traços de intelectualidade e falta de ternura;
paranóico - isolamento, falta de humor e culpa;
depressivo - escuridão e baixa auto estima;
maníaco - energia e impulsividade;
masoquista - auto-destruição e sentimento de auto-piedade;
obsessivo/ compulsivo - seriedade e perfeccionismo;
psicopata - insociabilidade, violação de regras e hábito de tirar vantagem sobre os outros;
teatral - emoção, comportamento dramático e busca por atenção;
esquizofrênico- evidência de pensamentos mágicos e crenças supersticiosas.

Um comentário:

Verson Souto. disse...

Adorei o post!
Realmente muitas pessoas são assim e é por isso que outras pessoas (aquelas que estão por fora desse mundo da moda), sempre olha o mundinho fashion de uma maneira bem chata...

beijos, querida!